RITUALIDADES

O convite é uma leitura estendida na temporalidade do corpo,  escorrer e dar vazão aos espaços ocultos no tempo e ser sincero com os contrastes e os rastros…

Ritualidades

A obra carrega uma leitura poética da alma diante das dores, explora a ousadia da jornada interior e revela a fascinante beleza do corpo com a expressão genuína da dor, o impulso da dor para existência, e a expressão com a verdade da alma em teu estado visceral do mundo interior.

O convite é uma leitura estendida na temporalidade do corpo,  escorrer e dar vazão aos espaços ocultos no tempo e ser sincero com os contrastes e os rastros…

A busca espiritual a que se faz referência é um dilema eterno, uma vez que lida com a atração e a repulsão dos opostos. Atravessar a vida como grito é o que move o saber ancestral e a missão da alma. A alma atemporal sente o deslocamento do corpo, teus escritos da Identidade num Corpo plural, permeável, fragmentado, tuas formas e sons. “O dentro é o fora”, a partir do “fora” produz-se um novo “dentro”.

O sentimento de deslocamento é o início da  relação com a arte. A efemeridade da presença humana provoca paradoxos que faz refletir sobre a extensão dos corpos, sobre a materialidade da paisagem.

A vulnerabilidade e fragilidade ocupam novos espaços a partir do resgate com a expressão. Farejar as frestas de si mesmo é ir até as cavernas, e sair delas - em uma experiência sensorial com a vida.

Os experimentos revelam  ação poética na arte, desconstruir os conceitos enraizados sobre o corpo. 

No mais belo das expressões, a respiração das inquietudes da alma se faz presente. A poesia que vem da dor também vive no silêncio da palavra e desaba em estados de fé sobre a jornada. O relevo dá contorno à passagem pelas águas, a dor dá contorno a materialidade do corpo.

Absorver um corpo que atravessa as dores, resistência, inquietações, sufocamento, corpo engessado, capturado, rompido, aparece ativamente como elemento central e própria obra de arte. A relação do corpo é um confronto, o corpo se recria, dando forma a novos significados, ocupa o espaço de maneira própria, trazendo todos os questionamentos internos à tona, como a identidade e suas origens.

Entre as performances também envolvem uma experiência autobiográfica, onde a artista se expressa e se move em busca de sua identidade. A fotografia registra a revolução do sagrado. 

A artista busca relacionar às obras suas próprias experiências, seu corpo e sua forte ligação espiritual com os elementos da natureza.  Fazendo-se presente uma busca incessante pelo pertencimento, pelas águas, pela identidade.