Devoção nua

Foto performance

Uma experiência ritual em território expandido

No ventre úmido da mangue, onde a vida insiste e os ciclos se refazem, o corpo se torna altar, território sagrado em estado de transmutação. A matéria viva – lama, pele, raizes, espelho – dissolve fronteiras entre rito e arte, presença e mito.

Espelhos enterrados aguardam mãos que desvendam. O gesto de desenterrar é também um ato de reescrita, uma arqueologia do sagrado que convoca a guerreira, a feiticeira, a mãe velha – forças ancestrais que não apenas habitam a carne, mas a reinventam.

A lama cobre e revela. O mangue, matriz originária e selvagem, acolhe os gritos silenciados e as preces não ditas. Camomila, alecrim, flores secas – gestos de proteção e vitória. O rio leva, o mel adoça, a terra refaz. O corpo, outrora fragmentado, renasce como testemunho da própria força.

DEVOÇÃO NUA é uma oferenda. Um rito de coragem e fé. Uma pulsação visceral onde arte e espiritualidade não se separam, mas se fundem em matéria e presença. Aqui, o corpo é território político-espiritual. Uma raiz indomável. Uma imagem viva da transformação.

Devoção Nua é, um rito de passagem, onde o corpo se torna o próprio altar, e a dor funde no mangue em criação divina, em beleza indomável.