Arte na morte

Ritual e Foto Performance

E se a morte fosse arte?
E se a travessia fosse um rito desenhado pelas mãos da natureza?
E se pudéssemos criar nossa própria passagem, transmutando o fim em criação?

Arte na Morte nasce desse questionamento essencial: um ritual de passagem onde o corpo, a matéria e o espírito são reverenciados, não como ausência, mas como potência criadora. Uma experiência que dilata a morte, transformando-a em imagem, gesto, cor e testemunho.

Na minha própria travessia, desejo que a terra me receba nua, envolta em um grande tecido onde tintas e corpos dancem minha passagem, deixando rastros de tintas e palavras de vida e amor. Que pés deixem rastros na pele de quem dança sobre o tecido, que palavras sejam sopradas ao vento, que ervas perfumem o tempo. Que a despedida se inscreva como rito. 

Cada ser humano pode compor sua própria transmutação. Criar sua oferenda. Inscrever sua memória no mundo. Arte na Morte é esse chamado: um campo de criação onde a fotografia, a performance, a pintura e a poesia se entrelaçam, expandindo a morte e reverenciando a Deusa Morte. 

A despedida pode ser uma celebração, um encantamento.  A matéria pode ser entregue à terra como um poema. O corpo pode dançar seu último movimento.
A morte é arte quando a atravessamos com presença.

Este projeto é uma investigação viva sobre a travessia, uma experiência para quem deseja honrar a própria finitude como um ato de criação – ritualístico, visceral, profundamente humano.