Em criação!

Expressão sanguínea

Performance

Este projeto busca provocar. É um convite para questionar as narrativas herdadas, para repensar a figura da mãe, não como mártir, mas como criadora, revolucionária, e ancestral viva. O corpo, território marcado pela história, é altar e denúncia. É na pele da mãe, na memória do abandono, que ressoa o peso da colonização. Ela carrega no ventre a solidão das ausências, mas também a força visceral de uma ancestralidade que não se curva.

Ela dança entre luz e sombra, expondo a potência de um corpo que, mesmo rejeitado, cria. Sua caminhada é ato político, sua existência é espiritualidade selvagem — liberdade que brota do silêncio e fertiliza a terra.

No espaço da performance, a maternidade despida da idealização revela-se em sua complexidade: o desapego da mãe que parte, a força da filha que cria. Não há vítimas aqui, apenas corpos que se tornam histórias, histórias que se tornam chão. A dor, antes do peso, transforma-se em movimento; ou abandonado, em solo fértil.

Cada gesto é uma invocação deusa e mulher inteira em sua dualidade. É uma terra que carrega cicatrizes, mas que nunca para de germinar.

O palco se torna rito. Terra espalhada pelo chão, marcas de pés, vestígios de uma travessia, liberdade que rasga os tecidos do patriarcado, é resistência que se manifesta no íntimo e no coletivo.

 

O projeto é manifesto. É um chamado para que se olhe para a maternidade e a solidão feminina sem véus, sem medo. Aqui, a solidão não é fraqueza, mas encontro. Não é vazio, mas plenitude que pulsa.